"As épocas não são papel químico"
O Rio Ave assumiu, no fim-de-semana passado, o comando da Liga de Honra, ao vencer, por 2-1, na visita ao Estoril. A memória dos adeptos vila-condenses, no entanto, ainda não apagou a frustração da época passada, na qual a equipa de João Eusébio perdeu o acesso à Primeira Liga nas derradeiras jornadas, depois de ter liderado prova, com margem aparentemente confortável. Paulo Carvalho, presidente do Rio Ave, explicou ao JN que o plantel está, agora, melhor apetrechado e, embora não possa garantir o regresso ao convívios dos grandes, sublinha que "as épocas não são papel químico"."Esta equipa tem mais soluções. Se tivemos sucesso no ano passado e nos reforçámos nas posições que precisávamos, é natural que tenhamos melhor capacidade de resposta", defende o responsável vila-condense.
Não obstante a Liga de Honra ter perdido Leixões e Vitória de Guimarães, Paulo Carvalho constata que a qualidade até subiu, de aí não esperar facilidades "O nível médio do futebol praticado melhorou. Há mais equipas a apresentar bom futebol. Mas acredito que, se o Rio Ave não subir, nunca será pelas mesmas razões verificadas na época passada".
Para além do vector competitivo, o executivo liderado por Paulo Carvalho aposta forte na recuperação financeira do clube.
Boa situação financeira
Depois de anos consecutivos com resultados negativos, a gestão criteriosa e as transferências de Fábio Coentrão, Miguelito e Zé Gomes permitiram retirar as contas do vermelho. Segundo o dirigente, os clubes são viáveis, independentemente de estarem no primeiro ou no segundo escalão. "Apresentámos resultados positivos, creio que pela primeira vez na história do Rio Ave. A sobrevivência de um clube não depende de estar na Primeira Liga ou na Liga de Honra. Depende, essencialmente, das despesas que se fazem. É como gerir uma casa - não se pode gastar mais do que aquilo que se ganha", explica Paulo Carvalho.
Logicamente, a evolução positiva das contas sofreria novo impulso com o regresso à Liga, mas a confiança de Paulo Carvalho confina-se à credibilidade do projecto que comanda, pois, no futebol, é complicado fazer futurologia. "A qualidade vai fazer a diferença", acredita.
texto Vítor Santos - http://jn.sapo.pt/2007/11/29/desporto/as_epocas_sao_papel_quimico.html
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