Sensação agridoce foi como me senti no final do jogo porque apesar de nos últimos 20 minutos nos termos plantado no meio-campo adversário nunca tivemos o discernimento necessário na hora de nos acercarmos da baliza.
Já todos sabíamos da valia do Casa Pia, o sexto classificado do campeonato e uma das surpresas da prova para os menos atentos. O Rio Ave em fase de crescimento exibicional viu o adversário entrar muito melhor no jogo, a dominar a posse de bola e a estar mais tempo no nosso meio-campo. O Rio Ave no seu habitual esquema de cinco defesas não estava a conseguir sair com a fluidez a que nos temos habituado em virtude de alguma lentidão de processos. O Casa Pia por sua vez, com homens rápidos e fortes fisicamente no meio e no ataque acercava-se mais amiúde da baliza de Jonathan. Ainda assim, houve um lance que poderia pôr a nossa equipa mais confortável se a equipa de arbitragem tem sancionado uma falta dentro da área Casapiana sobre Fábio Ronaldo e respetivo penalty. O árbitro assim não entendeu e foi o Casa Pia a chegar ao golo por Rafael Martins. 0-1 que se ajustava face ao desenrolar dos acontecimentos. A partir de estar em desvantagem, o Rio Ave conseguiu aqui e ali circular a bola com rapidez, ir em 3 ou 4 toques de um flanco ao outro e dessa forma encontrar espaços para desequilibrar o adversário e criar perigo. Contudo, foi num lance individual de André Pereira que surgiu o lance mais perigoso da primeira parte. Pereira fletiu da direita para o meio e desferiu um colocado remate, tendo proporcionado uma excelente defesa ao guarda-redes adversário.
Para a segunda parte exigia-se uma atitude atacante bem diferente da primeira e surgiu um Rio Ave muito melhor. Freire mexeu na equipa, fazendo entrar Sávio e Hernâni na tentativa de dar mais velocidade ao jogo. Sávio, um lateral esquerdo de raiz fez a sua posição natural, libertando Fábio Ronaldo para missões mais atacantes e numa aposta mais ofensiva tirou Patrick William para entrar Hernâni. Menos um homem na defesa e mais gente a atacar(embora também tenha saído Boateng o Rio Ave passou a jogar com uma linha de 4 na defesa), surtiu o efeito desejado e a pressão sobre os Lisboetas foi-se acentuando. Apesar das muitas tentativas de perda de tempo do adversário e de quebrar o ritmo, não foi preciso esperar muito tempo até ao Rio Ave empatar a partida. Canto marcado de forma rápida que surpreendeu o adversário, a bola atravessa toda a área e Pantalon ao segundo poste a repor a justiça no marcador. Quando todos pensávamos que o Rio Ave iria massacrar na tentativa de chegar à vantagem, o Casa Pia volta a ter mais bola e a dividir o domínio com o Rio Ave até aos já referidos últimos 20 minutos. Hernâni foi uma grande dor de cabeça para o adversário mas faltou sempre clarividência na decisão e o empate acaba por se ajustar, ainda que, a haver um vencedor seria mais justo que fosse o Rio Ave.
Últimas palavras para o míster Freire que mantém a sua aposta nos mesmos jogadores jornada após jornada- e tem-se dado bem com isso- mas que ontem no início da segunda parte, deixou de lado as habituais mexidas conservadoras e arriscou sem medo na tentativa de reverter o resultado. Não teve o prémio merecido mas não posso deixar de aplaudir.
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