Trazer mais gente

O S.L. Benfica contratou na época passada o avançado chinês Yao Dabao para a sua equipa de juniores. O F.C. Porto contratou Ming Chi Zang, um avançado chinês de 19 anos, para a sua equipa de juniores. Embora estas contratações sejam ao que parece resultado da guerra entre eles, e não fazendo ideia quanto ganham estas contratações, e estando um jogador sul-coreano à experiência no nosso plantel, confesso que há muito que não consigo deixar de pensar por que razão não contrata também o Rio Ave F.C. um jogador chinês?

Não um júnior, mas um jogador com nome firmado no seu país e com várias chamadas à sua selecção nacional. Um jogador que trouxesse mais gente ao estádio e que desse o empurrão que precisamos ao merchandising. Enfim uma vedeta um pouco ao nível do David Beckam e do entusiasmo que a sua contratação pelo L.A. Galaxy provocou. Mas à nossa escala.

É claro que uma contratação deste tipo teria um público-alvo, e esse público-alvo seria a comunidade chinesa da Varziela. Se eles conseguiram reunir umas dezenas à porta do tribunal por dois dos seus terem sido acusados de fazer justiça pelas suas próprias mãos, o que não conseguiria fazer pelo Rio Ave F.C. uma vedeta do futebol chinês.

A equipa de basquetebol norte-americana Houston Rockets contratou a vedeta chinesa Yao Ming, ganhando muito tanto nos EUA como na China, um mercado em amplo crescimento. E outras equipas querem imitar os Houston Rockets.

Se temos a maior e empreendedora comunidade chinesa do país, e se a empresa Metro do Porto tem estações tanto às portas da Varziela como do estádio, porque não aproveitar estas condições e trazer ao estádio esses cidadãos chineses, conhecidos pelo seu low profile e pela ausência de desacatos, em vez de abrirem as portas da bancada nascente ao Deus dará?

É claro que os nossos vizinhos da Póvoa não perderiam a oportunidade de gozar connosco e passarem a chamar-nos de chineses em vez de marroquinos mas gostaria de ver a cara deles quando o Casino da Póvoa passasse a publicitar (e por muitos euros) as nossas camisolas.

Não digo hoje a Varziela, amanhã a China, basta-me a Varziela. A globalização mais cedo ou mais tarde terá que passar por aqui e quanto mais cedo melhor. A globalização para consumo interno, é claro.

imagem retirada em http://www.bensonassoc.com/pct/ppics.html