Notícia Terras do Ave - entrevista Niquinha

O artilheiro do meio campo do Rio Ave traça um balanço positivo da primeira volta do campeonato e está confiante na subida
Niquinha encara o derby com naturalidade

O Rio Ave venceu o Rebordosa por 6-1 na IV eliminatória da Taça de Portugal e dia 20 de Janeiro vai defrontar o Olhanense, ditou o sorteio realizado ontem. No próximo domingo, no derby frente aos poveiros vale tudo menos perder pontos. Os vilacondenses lideram e querem arrancar uma vitória aos alvi-negros dentro de portas. Para o capitão Niquinha em dúvida para a partida devido à lesão contraída frente ao Estoril, o jogo é encarado com naturalidade “a responsabilidade é a mesma dos outros jogos, o objectivo é o mesmo, conquistar pontos”.

Terras do Ave: Quase na recta final da primeira volta do campeonato, o Rio Ave é líder, que avaliação faz desta primeira ronda da competição?
Niquinha: Pelo trabalho que temos vindo a fazer, traço um balanço positivo. De facto estamos na recta final da primeira volta e a equipa está bem. Se tivéssemos nesta altura mais alguns pontos não seria surpresa para ninguém, mais infelizmente isso não aconteceu. O que importa é que estamos bem lançados, fazer um bom trabalho para mantermos esta tranquilidade jogo a jogo, para conquistarmos o maior número de pontos possível.
T.A. Existe muito ânimo e motivação no balneário do Rio Ave para alcançar a subida?
N. Sim, mas com os pés bem assentes no chão e muita alegria acima de tudo. Acho que o futebol em si também transmite alegria e nós vivemos mostrando isso, que é fruto do trabalho que nós fazemos todos os dias.
T.A. O deslize que aconteceu no final da época passada, faz com que esta temporada exista uma maior responsabilidade, e falhar é mesmo proibido?
N. Em relação ao que aconteceu no ano passado foi mau para todos, para a cidade e para o clube, mas eu acho que antes de começar a época nós consciencializamo-nos para que os mesmos erros não voltassem a acontecer. Porque quando se comete erros e ficamos a relembrar, o passado vem sempre ao de cima e não é bom. Eu considero que isso faz parte do passado, e agora o interessante é pensar e trabalhar para conseguir o nosso objectivo.
T.A. Fala em erros, o excesso de confiança foi um desses erros que travou a subida?
N. O que acontece é que quando se atravessa um bom momento, todos os jogadores estão confiantes do bom trabalho que estão a fazer, mas não foi só isso. Foram vários factores, estavamos numa posição muito boa para conseguirmos os nossos objectivos, mas infelizmente isso não foi possível e tivemos que levantar a cabeça, porque nós vivemos de altos e baixos. O mais importante no momento em que se erra é assumir, para futuramente não se cometerem os mesmos erros.
T.A No próximo domingo o jogo com o Varzim, é mais um derby, em que uma eventual vitória tem sempre um sabor especial?
N. Estou lesionado, estou a trabalhar o máximo para poder recuperar e jogar, mas jogar ou não, depende do treinador e daquilo que eu fizer durante a semana. Em relação ao derby, eu estou aqui há vários anos e já vivo esse clima quando as duas equipas se encontram, mas para mim é um jogo normal, não sinto uma responsabilidade maior, temos de fazer o nosso melhor com em todos os jogos para conseguir os três pontos. Eu acredito que para os jogadores locais este jogo possa ter outro sentimento, quanto a mim tenho um enorme respeito pelo Varzim, mas vejo este jogo como os outros.
T.A. Como analisa o apoio da massa associativa do Rio Ave?
N. Na medida do possível os adeptos procuram sempre contribuir o máximo para ajudar a equipa, e quanto mais nós ganhamos jogos maior é o apoio dos sócios. Esforçamo-nos para não os desiludir.
T.A. Considera que existe mais pressão na Liga de Honra para se alcançar a subida, ou na Liga Bwin para a manutenção na prova?
N. Eu acredito que se tiver uma boa equipa na Liga Bwin , acho que é mais fácil conseguir a manutenção, até porque em número de pontos não são necessários os mesmos pontos para atingir os objectivos. Na Liga Vitalis é diferente há vários candidatos com o mesmo propósito, o que se torna mais difícil de alcançar, a diferença está aí.
T.A. Niquinha a caminho dos 37 anos, pensa arrumar as botas na próxima temporada?
N. Em principio não termino no fim desta época, sinto-me em forma e estou bem, não sinto qualquer tipo de dificuldade nos treinos portanto quero continuar. Tenho pretensão de jogar ainda mais uma época e tenho condições para isso.
T.A. A jogar em Vila do Conde há 11 anos, como tem sido esta experiência?
N. Tem sido uma experiência muito positiva, entrei pela porta da frente e quando sair gostaria que fosse da mesma forma, trabalho para isso. Dedico-me para ser respeitado pelas pessoas que me deram essa oportunidade, tenho um grande carinho pelo Rio Ave, pelos adeptos e pela cidade. Tenho uma filha que nasceu cá, consegui muitas coisas positivas em Vila do Conde. Claro que como qualquer outro jogador, sonhei chegar a outros clubes com estatuto superior, infelizmente isso não aconteceu, mas sinto-me realizado.
T.A. Quando acabar a carreira gostaria de continuar ao serviço do Rio Ave?
N. Penso nisso, quando terminar a minha carreira gostava de ficar ligado ao futebol, mas hoje fazer planos para longo prazo é muito difícil, não só no futebol como nas outras profissões. Temos de viver o dia à dia, claro que tenho projectos, mas quando colocar um ponto final na minha carreira, é que irei pensar melhor no caminho que vou seguir.
T.A Que presente gostaria de receber este Natal?
N. Nesta fase da última volta, vencer estes dois jogos que faltam, seria uma prenda especial para os jogadores e adeptos. Sabemos que é difícil, mas vamos entrar em campo determinados para ganhar.

texto Teresa Santos - http://www.terrasdoave.pt/conteudo.php?lop=&op=&id=14c879f3f5d8ed93a09f6090d77c2cc3