Notícia O Primeiro de Janeiro - Entrevista

José Gomes regressou da Turquia para as férias natalícias
“Terminar a carreira no Rio Ave”

José Gomes veste a camisola «verde-branca» do Konyaspor com o número 12. O emblema da cidade de Meram Konya é actualmente o 6º classificado da 1ª liga turca liderada pelo Fenerbace. Galatasaray e Besiktas são os outros adversários na luta pelas competições europeias.

Como surgiu a possibilidade de se transferir para a liga turca de futebol?
Apareceu esta oportunidade de eu ser emprestado para a Turquia, foi importante também o facto do meu colega Neca se encontrar lá a jogar, ele ligou-me e falou-me do interesse do clube. O Marítimo e o Konyaspor acertaram o empréstimo, foi uma situação vantajosa para mim e eu aceitei.
Estava nos seus horizontes ir jogar para o estrangeiro?
Foi uma situação que surgiu de repente porque eu tinha contrato com o Marítimo por mais dois anos, mas esta proposta apareceu de repente e eu aceitei.
Foi uma decisão fácil de tomar?
Sim foi fácil, mas claro que eu tive de falar com a minha família, neste caso com a minha esposa, mas foi fácil porque financeiramente é um bom contrato, muito melhor que o do Marítimo e arrisquei.
O que pesou mais na sua decisão, a questão financeira ou a desportiva?
Neste caso foram as duas coisas porque eu vinha de uma época no Marítimo em que não foi uma boa época tanto para mim como para o clube e alguma coisa tinha que mudar. Esta oportunidade apareceu, era boa financeiramente e eu acho que também era boa desportivamente para mim. Esta é a minha primeira aventura fora do país e acho que está ser enriquecedora.
Como foi a adaptação ao país e ao futebol turco?
A adaptação não foi difícil porque eu já tinha lá o Neca que me ajudou muito, além disso tinha mais três brasileiros. A única coisa que dificulta mais é a língua, mas já comecei a entrar no idioma básico e agora até temos um tradutor por isso as coisas estão mais fáceis.
No aspecto desportivo como estão a correr as coisas individual e colectivamente?
A nível individual não está a correr tão bem como eu estava à espera. Nesta altura pode ser que as coisas mudem porque entrei agora a jogar, as coisas correram bem porque ganhamos o último jogo, vamos virar agora para a segunda volta no próximo ano e espero que as coisas mudem para melhor ou seja espero jogar mais. A nível colectivo está a correr muito bem, o clube tem objectivos de lutar pela Taça Uefa, neste momento estamos em 6º lugar e a equipa está bem, tem ganho jogos. Vamos tentar dar continuidade a este trabalho que é para chegar ao fim com os objectivos alcançados.
Que clube e equipa é esta da Liga turca de futebol?
O Konyaspor é um clube médio na Turquia, mas eu costumo dizer que em Portugal é um clube grande, não só ao nível das estruturas que tem, as condições de trabalho que dá aos jogadores, ao tratamento que dá aos jogadores porque nos faz sentir jogadores de uma equipa grande, mas também ao nível financeiro.
É um futebol muito diferente do português quer ao nível do futebol jogado quer ao nível da assistência?
É completamente diferente, sinto que tenho um tratamento especial, tratam os jogadores como verdadeiros jogadores profissionais. A nível de adeptos é a loucura total, são fanáticos completamente. Normalmente no nosso estádio, o Konya Ataturk com capacidade para 25 mil espectadores, costumamos ter uma média de 15 mil pessoas e até mais. É diferente, todos os clubes seja do mais pequeno ao maior têm centro de estágio e isso é muito importante.
Até que ponto o Rio Ave foi importante para a sua carreira futebolística?
O Rio Ave foi importante desde que eu me conheço como jogador, a minha formação foi toda feita no Rio Ave depois houve um interregno pelo meio quando eu subi a sénior e tive que abandonar o Rio Ave e andei por outras divisões. Foi o Rio Ave que me projectou no futebol profissional ou neste caso no futebol da primeira divisão. Tive três anos fantásticos no Rio Ave e isso foi muito importante para a minha ascensão.
Tem acompanhado a carreira do Rio Ave esta temporada?
Claro, estou sempre em contacto com o meu irmão Vítor Gomes, falamos sobre os jogos e sobre as coisas de Vila do Conde. Tive o privilégio de seguir este «derby» Varzim-Rio Ave pela Internet ao vivo através da Rádio Linear que é muito importante também para as pessoas da terra que estão fora do país.
Passa-lhe pela sua cabeça regressar um dia ao Rio Ave?
Claro que passa pela minha cabeça regressar ao Rio Ave e se as pessoas um dia me aceitarem de volta gostaria de terminar a minha carreira no Rio Ave, faria isso com imensa satisfação e alegria. No entanto neste momento eu não penso regressar a Portugal.
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José Manuel Gomes da Silva nasceu em Vila do Conde a 24 de Setembro de 1976 (31 anos). O lateral direito estreou-se como jogador profissional de futebol na temporada 1998/1999 ao serviço do Montalegre. Na época seguinte transferiu-se para o Sporting de Braga, tendo actuado na equipa B, seguiram-se passagens pela Ovarense e Bragança. Em 2003/2004 regressou a Vila do Conde para ingressar no Rio Ave, clube do coração onde cumpriu todos os escalões das camadas jovens. Em 2006/2007 assinou três temporadas pelo Marítimo, estando agora na condição de emprestado ao serviço do Konyaspor do campeonato da Turquia.

texto Paulo Vidal - http://www.oprimeirodejaneiro.pt/?op=artigo&sec=19ca14e7ea6328a42e0eb13d585e4c22&subsec=93db85ed909c13838ff95ccfa94cebd9&id=97a02d62bbdc5facb15c0f48de2d362d