Ponto final no jejum sustenta afirmação
WESLLEM ESTREOU-SE A MARCAR ESTA TEMPORADA
Para quem marcou 19 golos em 28 partidas, ao serviço do Leça na época passada, foi demasiado tempo à espera. Antes de Guimarães, o último tiro certeiro datava de 9 de maio de 2009, frente ao Vila Real, em partida a contar para a 2.ª jornada da subsérie B1 da 3.ª Divisão. Wesllem, que marcou o golo do empate do Rio Ave diante do Vitória, já estava com saudades de festejar.
"É um momento muito bom para mim. Não marcava um golo há algum tempo e, portanto, fiquei muito feliz por marcar ao V. Guimarães envergando a camisola do Rio Ave", confidenciou-nos o atleta de 24 anos. Feita a estreia na lista de marcadores da Taça da Liga, o luso-brasileiro não quer perder a maré, mas, admite, a nível pessoal ainda nada estar conquistado: "Não coloco uma meta mínima de golos por temporada, mas exijo a mim mesmo um grande nível de trabalho. Vim para o Rio Ave para trabalhar de forma séria e não sou diferente dos meus colegas: quero afirmar-me."
O seu processo de consolidação no onze não se adivinha fácil uma vez que a equipa vence e joga bem. Nada que incomode Wesllem, mais preocupado com o futuro do clube na Taça da Liga. "Importante foi ter ganho ao V. Guimarães, ainda para mais fora de casa. Sabemos que o nosso grupo é muito difícil e, por isso, temos de ir com calma", concluiu.
O luso-brasileiro, filho de mãe brasileira e pai português, nascido em Belém, mas do Pará, Brasil, é um dos jogadores que esta manhã se vai apresentar no Estádio dos Arcos para o regresso aos treinos do plantel após a folga de ontem.
Autor: ANDRÉ MONTEIRO
O JOGO
Quatro minutos até à fama
António Wesllem de Sousa. O nome não engana e explica as raízes. Filho de pai português e mãe brasileira, o novo herói do Rio Ave nasceu na cidade de Belém, no estado brasileiro do Pará. Tinha apenas quatro anos quando a família se mudou para Portugal e hoje, 24 anos depois, é um português como tantos outros, sem sotaque do país irmão e com uma ideia fixa na cabeça: ser alguém no futebol. A sua história de sucesso ao mais alto nível começou em Guimarães, no passado domingo, onde se estreou a marcar pelo Rio Ave, num momento de felicidade, pois saltou do banco e marcou um golo apenas quatro minutos depois de entrar, restabelecendo na altura o empate. O golo de João Tomás, de grande penalidade, acabaria por confirmar a vitória dos vila-condenses numa partida da Taça da Liga. A grande época de 2008/2009, ao serviço do Leça, com 19 golos em 28 jogos, despertou o interesse do Rio Ave. Wesllem assinou contrato até 2011, mas a verdade é que, até este jogo em Guimarães, onde esteve em campo 21 minutos, quase nunca saiu do banco de suplentes. As suas aparições resumiam-se a pouco mais de meia hora de futebol, entre os jogos com Leiria e FC Porto, na Liga Sagres, e Santa Clara, na Taça de Portugal. Uma carreira muito discreta até ao momento, mas pode agora ganhar um novo impulso após os quatro minutos mágicos. "Não sei se poderá mudar alguma coisa, mas quero ganhar o meu espaço na equipa e vou continuar a trabalhar todos os dias para que isso aconteça. Depois veremos o futuro para a minha carreira", explicou o extremo direito, que também se adapta à esquerda ou a um sistema táctico com dois avançados.
Talvez pela posição que ocupa no terreno, Wesllem é admirador de Cristiano Ronaldo e também elogia Figo, mas é outro Ronaldo, o Fenómeno, quem lhe enche as medidas. A partir de agora, os adeptos do Rio Ave têm certamente mais um motivo para acompanhar a excelente carreira da equipa.
FILIPE PEREIRA
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