Os mais recentes acontecimentos relacionados com a impossibilidade de participação na Liga Europa decorrentes de uma qualquer falta de inscrição prévia levam-me a escrever aqui algumas considerações. No entanto, em primeiro lugar, quero aqui expressar o meu contentamento com o trabalho levado a cabo pela presente direcção, pelo menos os resultados desportivos e financeiros que vêm a público parecem justificar essa satisfação.
Também por isso, não é fácil escrever sobre esta questão, muito menos fazê-lo em poucas linhas, mas vou tentar ser o mais conciso possível. Acima de tudo, para tentar explicar por que razão me parece absolutamente intolerável esta situação, duplamente inadmissível se pensarmos que é reincidente. Ainda tenho alguma esperança que tudo não passe de um mal entendido, e que venha alguém desmenti-lo nas próximas horas. Pois se assim não for, tenho a certeza que muitos se sentirão tão defraudados e traídos como eu. Ainda não me esqueci do que aconteceu há uns anos atrás, e ainda estou perfeitamente convencido de que aquela equipa, com outro objectivo na fase final do campeonato, tinha feito mais alguns pontos, suficientes para ficar à frente do Marítimo. Dessa vez, tal como agora, tive vontade de abandonar o interesse pelo clube. Provavelmente, uma vez mais, razões afectivas irão impedir-me de o fazer, e infelizmente no dia 21 lá vou eu assistir ao jogo com o Paços de Ferreira.
Duas hipóteses são possíveis para isto acontecer, e nem sei qual das duas será mais lamentável. A primeira, pode ser um misto de inconsciência e incompetência, e então não há mais nada a dizer, apenas assumir as responsabilidades e actuar em consonância. A segunda – que me parece mais provável – é que se trate uma opção ponderada. A mim parece-me uma opção errada, por muitas razões. A mais óbvia é que, por muito modesto que seja um clube, só tem razão de ser se tiver ambição e expectativas para ser maior. Tenho visto isso acontecer várias vezes dentro das quatro linhas, graças ao empenho e talento dos nossos jogadores. Esses sim, por vezes conseguem fazer-nos sonhar. Esta mensagem que vem de cima é de conformismo e de absoluta falta de ambição. A ambição e a capacidade de sonhar são fundamentais para quem quiser atrair mais sócios e adeptos, particularmente jovens, que são inevitavelmente atraídos pelos clubes maiores por lhes proporcionarem isso mesmo. A outra razão importante é que me parece inconcebível que uma decisão deste tipo é demasiado importante para ser tomada sem que exista um espaço de discussão de ideias com os sócios. Eu estou pronto, tal como, tenho a certeza, a grande maioria dos sócios que não compreendem o que está a acontecer, a aceitar esta decisão se me conseguirem explicar e convencer de que é a mais correcta. Mas terão também que me explicar muito bem o que têm o Paços de Ferreira, o Leixões, o Beira-Mar, o Vitória de Setúbal, e todos os outros que têm tido participações esporádicas na UEFA que nós não temos.
Agora, só espero que possamos perder a meia final, para verificar que afinal a direcção tinha razão, e que fez bem em poupar cerca de metade do salário de um jogador médio do clube...
Miguel Dias
Também por isso, não é fácil escrever sobre esta questão, muito menos fazê-lo em poucas linhas, mas vou tentar ser o mais conciso possível. Acima de tudo, para tentar explicar por que razão me parece absolutamente intolerável esta situação, duplamente inadmissível se pensarmos que é reincidente. Ainda tenho alguma esperança que tudo não passe de um mal entendido, e que venha alguém desmenti-lo nas próximas horas. Pois se assim não for, tenho a certeza que muitos se sentirão tão defraudados e traídos como eu. Ainda não me esqueci do que aconteceu há uns anos atrás, e ainda estou perfeitamente convencido de que aquela equipa, com outro objectivo na fase final do campeonato, tinha feito mais alguns pontos, suficientes para ficar à frente do Marítimo. Dessa vez, tal como agora, tive vontade de abandonar o interesse pelo clube. Provavelmente, uma vez mais, razões afectivas irão impedir-me de o fazer, e infelizmente no dia 21 lá vou eu assistir ao jogo com o Paços de Ferreira.
Duas hipóteses são possíveis para isto acontecer, e nem sei qual das duas será mais lamentável. A primeira, pode ser um misto de inconsciência e incompetência, e então não há mais nada a dizer, apenas assumir as responsabilidades e actuar em consonância. A segunda – que me parece mais provável – é que se trate uma opção ponderada. A mim parece-me uma opção errada, por muitas razões. A mais óbvia é que, por muito modesto que seja um clube, só tem razão de ser se tiver ambição e expectativas para ser maior. Tenho visto isso acontecer várias vezes dentro das quatro linhas, graças ao empenho e talento dos nossos jogadores. Esses sim, por vezes conseguem fazer-nos sonhar. Esta mensagem que vem de cima é de conformismo e de absoluta falta de ambição. A ambição e a capacidade de sonhar são fundamentais para quem quiser atrair mais sócios e adeptos, particularmente jovens, que são inevitavelmente atraídos pelos clubes maiores por lhes proporcionarem isso mesmo. A outra razão importante é que me parece inconcebível que uma decisão deste tipo é demasiado importante para ser tomada sem que exista um espaço de discussão de ideias com os sócios. Eu estou pronto, tal como, tenho a certeza, a grande maioria dos sócios que não compreendem o que está a acontecer, a aceitar esta decisão se me conseguirem explicar e convencer de que é a mais correcta. Mas terão também que me explicar muito bem o que têm o Paços de Ferreira, o Leixões, o Beira-Mar, o Vitória de Setúbal, e todos os outros que têm tido participações esporádicas na UEFA que nós não temos.
Agora, só espero que possamos perder a meia final, para verificar que afinal a direcção tinha razão, e que fez bem em poupar cerca de metade do salário de um jogador médio do clube...
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