Derrota preocupante

A derrota desta semana foi para mim a mais preocupante da história do Rio Ave. Não falo da derrota em casa frente à Olhanense por 0-1, que essa já é habitual e não me preocupa ter 1 ponto à 3ª jornada quando na época passada tinhamos 3 pontos à 8ª e fizemos um grande campeonato.
Falo da derrota da liberdade de expressão frente à censura.
Falo das pressões que João Paulo Meneses sofreu e que o obrigaram a ter de deixar de escrever sobre o Rio Ave, falo das pressões que Paulo Vidal também sofreu no mesmo sentido.
Esta direcção do Rio Ave tem efectuado um trabalho excelente e reconhecido por todos no que respeita à re-estruturação das contas do clube, à melhoria das infra-estruturas e às condições dadas aos seus profissionais, o que se tem traduzido num bom desempenho desportivo. Mas, por isso mesmo, por ter provas dadas e ter a legitimidade de um acto eleitoral, terá o apoio da grande maioria do universo rioavista para prosseguir com o bom trabalho. Não pode é pretender unanimidades, que só ocorrem em regimes ditatoriais e que impedem a evolução das sociedades ou organizações.
Não pode por isso limitar a liberdade de expressão, um direito que muito custou a conquistar e que está garantido no Artigo 37º da Constituição da República Portuguesa.
Eu também gostava de poder calar alguns dos sócios que apupam os nossos jogadores quando as coisas não lhes saiem bem, também gostava de calar os nossos adversários quando festejam entre nós, os golos da sua equipa, mas não o faço porque eles têm todo o direito de o fazer. Tal como qualquer pessoa poderá livremente criticar quem quer que seja, independentemente de as críticas serem justas ou não. Perante as críticas, o visado tem várias opções: aproveitar as construtivas, efectuar correcções com base nas negativas ou simplesmente ignorá-las. Não pode é directa ou indirectamente calá-las.

Desejo que este episódio tenha sido o último desta novela e que tudo possa voltar ao normal e acabe com um final feliz, mas neste momento, como rioavista, sinto-me triste e desiludido.