Penso que é fácil perceber que se está a adulterar a verdade desportiva da competição e não é por o Rio Ave estar a beneficiar disso neste momento que altero a minha opinião.
Nem vou sequer discutir os jogos com as equipas que emprestam os jogadores, se eles se vão lesionar na semana anterior, se há algum acordo implícito para não jogarem nesses encontros ou se jogando, vão sentir ou não o peso da responsabilidade.
Falo dos outros 28 jogos, onde equipas que lutam na mesma competição, têm diferentes privilégios na obtenção de jogadores à partida mais valiosos e que sem os empréstimos, não teriam capacidade de os contratar. O problema é que esses privilégios são normalmente os chamados "3 grandes" que definem, tornando desigual logo à partida a concorrência das restantes equipas.
Teria o Rio Ave efectuado as últimas épocas que fez sem o empréstimo de Yazalde? Terá esta época uma vantagem sobre os directos adversários pelo facto de ter emprestados Kelvin e Christian? Nem vale a pena falar de outras equipas que são autênticas sucursais dos grandes, quer em termos de jogadores quer de treinadores.
Não é uma crítica à direcção, acho que se deve fazer os possíveis para ter o Rio Ave o mais forte possível, mas sim uma crítica às instituições, nacionais e internacionais, que permitem esta concorrência desleal.
Penso que mais cedo ou mais tarde isto irá ser alterado, é uma questão cultural, que pode levar o seu tempo, como foi a obrigação de colocar o cinto a conduzir ou a separação do lixo para reciclagem.
Enquanto isso não acontece, e sendo eu defensor da proibição total de empréstimo a equipas da mesma divisão (o ideal era nem haver empréstimos nenhuns, impondo um limite de jogadores contratados), proponho pelo menos uma situação intermédia. No início da época, todos os clubes indicavam uma lista dos jogadores que queriam ceder e qual a percentagem do ordenado que pagavam e depois por ordem crescente da classificação da época anterior, os outros clubes iam indicando quais os jogadores que pretendiam dentro das suas possibilidades. Não resolvia, mas ajudava a uma maior igualdade de oportunidades numa fase transitória até à proibição total de empréstimos.
Posto isto, FORÇA RIO AVE, e que esta época seja ainda melhor que a anterior.
1 comentário:
Ao teu texto acrescento isto (porque também faz parte do problema do nosso futebol):
- não permitir, e castigar severamente todos os intervenientes, que jogadores da equipa A sejam contratados pela equipa B em véspera de jogos entre essas equipas
ou se a equipa B contratar um jogador da equipa A na reabertura do mercado (Janeiro) esse jogador deve abandonar imediatamente a equipa que vende e ingressar os quadros da equipa compradora.
Esse problema não é de agora e nós temos dois maus exemplos: quando o Porto contratou o Quim em vésperas da final da Taça (lembro-me que na altura viu nas bancadas do Jamor chateado por não jogar) e mais recentemente com a venda do Fábio Faria ao Benfica (o que o rapaz chorou para não jogar na última jornada).
Enviar um comentário