Nau a deitar água

O jogo de Santa Maria da feira ficará na nossa memória, pelo menos na daqueles que lá se deslocaram, pelas piores razões possíveis, depois de no último jogo lá realizado se ter concretizado um sonho.

Foi de má memória, não só pela derrota, mas principalmente, pela atitude em campo dos nossos jogadores. Exceptuando 2 ou 3( Jeferson, Tarantini e Wíres), que correram com afinco, a equipa estava a fazer um frete.

Não vou falar do jogo em si, porque esta minha análise tem um atraso de quase uma semana. Aquilo que importa aqui registar é que se nota que a equipa(se é que se pode chamar a este conjunto de jogadores isso) não está com a equipa técnica e esta não está com os jogadores. Segundo consta terá sido dada durante esta semana uma chicotada no balneário, o que não admira aos sócios, daí a confiança que estes têm em quem dirige o clube, agora quer-me parecer que aí está apenas um remendo, ou melhor, um segundo remendo. A atitude dos jogadores na Feira é idêntica à atitude patenteada por esta mesma equipa até ao jogo de Setúbal(que infelizmente perdemos), aquando da primeira chicotada. Lógicamente que a atitude do plantel diz respeito ao plantel, mas a equipa técnica também tem as suas culpas! Tem culpa na má preparação física dos atletas, que passa pelo Yazalde não conseguir fazer uma mudança de velocidade, passa pelo Gaspar ser ultrapassado inúmeras vezes num curto espaço de terreno quando tem avanço de 5 metros em relação ao avançado ou pelas caimbras do Pateiro, Tiago Pinto e Jeferson para a taça. Tem culpa ao não saber mobilizar as tropas na defesa do clube e da camisola que envergam. Tem culpa ao não saber motivá-los.

O treinador goza de grande credibilidade no seio do nosso clube, pelos resultados obtidos outrora, mesmo que no seu curriculum conste uma descida de divisão ao comando do nosso Rio Ave, no entanto, não vivemos do passado. O presente pede medidas. Carlos Brito diz-se RIOAVISTA, mas um RIOAVISTA a SÉRIO e que ama o clube, neste momento só tinha uma coisa a fazer, punha o lugar à disposição e prescindia da indemnização a que tem direito por lei. Deixava à direcção a opção de fazer o que bem entendesse para o melhor do clube. Nesta altura de aperto é dificíl gastar dinheiro em indemnizações, se calhar está aí a retração dos dirigentes em avançar para outra solução, assim como, as poucas opções credíveis disponíveis no mercado de treinadores.

Acredito que Brito já deitou a toalha ao chão, mas não tem coragem de assumir, sabe que não conseguirá levar a nossa Nau a bom porto e escapar ao naufrágio, por isso, após a derrota de Domingo e à fraca exibiçao, juntou aquela substituição nos últimos segundos dos descontos, quase a obrigar a direcção a tomar uma posição de força, ou seja, demiti-lo e pagar-lhe a indemnização.

Aquilo a que se assistiu nos últimos segundos da compensação foi um insulto e um desrespeito muito grande por todos aqueles a que lá se deslocaram.

Brito estreou-se no comando técnico do nosso clube após a demissão de Henrique Calisto, estreou-se com uma derrota frente ao Gil Vicente por 0-2 e acredito que será também com o Gil que se despedirá do nosso clube quer ganhe ou perca.

A limpeza tem que ser feita e chegando o Janeiro, 4 ou 5 jogadores devem seguir o mesmo caminho do técnico e terem guia de marcha pelo mal que têm feito ao clube.

Para terminar, dizer que o Rio Ave deve aproveitar os empréstimos para conseguir valor acrescentado para o clube, não para completar a formação dos outros. Se não servem devem ser entregues à procedência e apostar nos nossos, aqueles que são dos quadros e podem tornar-se mais-valias.

Este é o desabafo de alguém que foi a Santa Maria da Feira e demorou quase uma semana a digerir a vergonha de Domingo.

VIVA O RIO AVE!