Números enganadores

O Rio Ave perdeu hoje por 5-0 no estádio do dragão frente ao F.C. Porto, números claramente exagerados para o que se passou em campo.
Nos primeiros 10 minutos, o Rio Ave quase não tocou na bola, face a uma entrada forte do F.C. Porto e a alguma falta de tranquilidade da equipa que não conseguia segurar a bola. Depois da pressão inicial, o Rio Ave foi-se soltando, mas sempre mais preocupado em defender do que em atacar. Foi uma primeira parte jogada "para o pontinho", com pouca audácia atacante onde o único lance de perigo criado foi no último lance da primeira parte com Ukra com uma excelente (mas difícil) oportunidade a rematar de primeira para a bancada. Enquanto isso, já Benquerença tinha poupado um vermelho a Brahimi por pontapear Marcelo sem bola.
No início da segunda parte, na primeira oferta do Rio Ave, Marcelo tenta sair com a bola entre dois jogadores e perde-a para o adversário (parece ainda sofrer falta de Jackson) e Tello inaugura o marcador. A partir daqui, o Rio Ave transformou-se e jogou olhos nos olhos com o F.C. Porto. Subiu no terreno, conseguia manter a posse de bola e foi criando ocasiões de golo. Wakaso com um remate forte foi o primeiro a colocar Fabiano à prova. Zeegelaar é rasteirado na área e Benquerença manda seguir. Herrera corta a bola com o braço na área e Benquerença marca só canto. Diego desvia um cruzamento de Ukra e a bola vai ao poste. Diego remata colocado rasteiro e Fabiano defende com dificuldade. O Rio Ave esteve próximo do golo, não conseguiu por mérito de Fabiano e por problemas de visão de Benquerença.
Aos 78 minutos surge a segunda oferta do Rio Ave, desta vez é Prince que tenta sair a jogar e não libertando a bola a tempo perde para o adversário em zona proibida. Jackson faz o segundo golo. O Rio Ave ressente-se mas continua a tentar chegar ao golo. Já perto do final, vem a machadada final com um 3º golo aos 89 minutos pleno de sorte após corte de Marcelo contra o pé de Alex Sandro com a bola a fazer um chapéu a Cássio. O jogo terminou aqui para o Rio Ave, o Porto é que ainda quis jogar mais um bocadinho e marcou mais dois golos em 2 minutos, por Oliver Torres e Danilo, levando o resultado para números exagerados face ao que ambas as equipas jogaram.
Para quem não viu, pode dar ideia de um Rio Ave fragilizado, mas não  foi isso que se passo em campo. Tirando os 3 minutos finais onde a equipa já tinha desligado, fizemos uma exibição personalizada, numa primeira parte mais defensiva, numa segunda parte a mostrar bom futebol, onde erros individuais, nossos e do árbitro, ajudaram a decidir o encontro.
Fico sempre na dúvida se quando jogamos mais defensivamente como na primeira parte, se é só mérito do adversário, se são indicações tácticas para jogar para o pontinho ou se é só um receio psicológico que desaparece quando ficamos em desvantagem.
Eu fiquei orgulhoso, por incrível que pareça, não pela primeira parte onde conseguimos manter o 0-0, mas pela primeira meia hora da segunda parte.
Venha o próximo jogo, para retomarmos o caminho das vitórias!

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