A nação rioavista está em estado de choque com a notícia da ida de Filipe Augusto para o Braga.
Depois da ida de Hassan, aí com a atenuante de a transferência ter rendido 700.000€ ao Rio Ave que necessita de manter as contas equilibradas, hoje é anunciada a ida de Filipe Augusto por empréstimo.
É o preço a pagar por hoje em dia grande parte dos clubes estarem nas mãos dos empresários.
Sem Jorge Mendes, provavelmente nunca teríamos visto Filipe Augusto com as nossas cores, como outros grandes jogadores que por cá passaram nos últimos anos, mas os empresários estão a borrifar-se para o nosso sucesso desportivo. Querem colocar os seus jogadores nas melhores montras e quanto mais vezes forem transferidos mais ganham. Até aqui, nada de novo, são as regras do jogo e ou jogamos com elas ou queremos ser autónomos e em face da concorrência desleal, vamos possivelmente parar às divisões secundárias.
Acredito que a direcção do Rio Ave pouco ou nada pudesse fazer para evitar que Filipe Augusto fosse para o Braga, sem comprometer futuros negócios com Jorge Mendes, mas tanto Jorge Mendes como a direcção deveriam perceber que na base dos clubes estão os adeptos. Adeptos esses que sentem o clube como uma segunda família, que se sacrificam para o apoiar pelo pais fora, que criam ligações entre si e com os jogadores que idolatram, que vivem a rivalidade com os outros clubes e que por isso, se sentem traídos quando jogadores que com tanto brio defenderam as nossas cores e que tanto apoiámos vão parar a um clube rival, sem que tenha terminado o contrato.
Servirmos de montra para os jogadores darem o salto lá para fora é uma coisa, passarmos a ser o clube satélite de outro que é nosso concorrente, não obrigado.
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