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terça-feira, 26 de janeiro de 2016

Só nos torna mais fracos!

Concordo com o Borges que jogos como o de ontem nos podem tornar mais fortes, mas é se olharmos para o que fizemos mal e tentarmos corrigir, para no próximo jogo estarmos melhor. Se continuarmos a descartar as culpas na arbitragem, vamos tapar o sol com a peneira e continuaremos é "fracos", a cometer os mesmos erros.

Vamos a factos:

O 1º golo do Braga é precedido de fora de jogo, não de Hassan que tem Edimar a colocá-lo em jogo, mas de Stojiljković, na altura do cruzamento. Devia ter sido marcado o fora de jogo? Sim. Foi por estar em fora de jogo que tirou vantagem disso? Não. Nem o jogador chegou à bola porque estava em fora de jogo, nem os defesas do Rio Ave deixaram de disputar o lance por causa disso.


Em vez de vez de estarmos a olhar para o erro fiscal de linha, se calhar convinha analisarmos como é que os jogadores do braga conseguem cabecear por duas vezes junto à nossa pequena área e porque é que o Braga tem 4 jogadores de campo na nossa área e nós só temos 3?

O segundo golo, surge na sequência de um canto a nosso favor, onde perto da área adversária, perdemos a bola num lance entre Alan e Krovinovic. Em lance corrido e com a única câmara que mostra o lance, não dá para perceber se existe falta ou não, mas mesmo havendo, o exagero da queda de Krovi poderá ter ajudado o árbitro a deixar seguir. Independentemente de poder ter havido falta, veja-se que o lance começa com 10 jogadores do Braga atrás ou na linha da bola, somente Rafa está lá na frente.


Mas em vez de olharmos para o possível erro do árbitro, devemos se calhar perceber porque é que começando o contra ataque do Braga e estando a nossa equipa descompensada, tivemos duas oportunidades para matar o lance, ainda que sujeitos a levar amarelo, e não o fizemos.




Depois Edimar que tinha o lance ganho, perde na luta com Rafa e mais uma vez, devemos se calhar tentar perceber como é que o Braga consegue novamente fazer dois cabeceamentos na nossa pequena área.




Em vez de analisarmos os erros do árbitro, devemos se calhar tentar perceber porque é que no terceiro golo Roderick partindo 2 metros à frente de Pedro Santos tem como solução para o lance uma tentativa de carrinho que o deixa isolado.



Em vez de descarregarmos as culpas nos erros do árbitro, se calhar devíamos tentar perceber como é que no 4º golo, com o melhor jogador do Braga pela frente, Marcelo não limpa a jogada quando tem hipótese, fazendo um corte contra o adversário que depois mesmo em inferioridade numérica, consegue fazer o que quer sem grande oposição.



Em vez de culparmos o árbitro, se calhar é melhor tentarmos perceber como é que no 5º golo, após perda de bola de Kayembe a meio campo, mais uma vez em vez de matarmos a jogada ou pressionar o adversário, deixamos que este siga à vontade com a bola, com Kayembe a seguir o jogador à distância, Novais a deixá-lo passar à frente, Edimar a recuperar a passo, fazendo com que rapidamente o avançado do Braga fique com caminho livre quer para rematar quer para assistir Rafa se fosse necessário.




Estes foram alguns dos erros que cometemos e que deram golo adversário, mas cometemos muitos outros.
Vamos fazer umas comparações.
Vejamos alguns lances defensivos do Braga.
Primeiro compare-se a distância a que os defesas estão dos nossos avançados. Colados para não os perderem de vista e para que se receberem a bola não tenham tempo nem espaço para jogar.


Sobre o portador da bola, principalmente pelos nossos jogadores mais perigosos, o Braga defendeu em superioridade numérica, 2 para 1 ou 3 para 1 se necessário.



Nós, na nossa zona defensiva, mesmo em superioridade numérica, deixamos muitas vezes jogadores adversários sozinhos.


O que é que isto quer dizer? Que não sabemos defender?
Sabemos sim, como se pode ver nestes exemplos onde não demos espaços e estivemos em superioridade numérica.

O problema defensivo está em manter a concentração e consistência ao longo de todo o jogo. Cometemos demasiados erros de posicionamento e falta de pressão sobre o adversário.

Tal como os erros que mencionei acima onde não cortámos pela raiz contra ataques que deram golo, houve no entanto outros lances em que o fizemos e bem, por Yazalde, Tarantini e Edimar, que levaram amarelo mas que são amarelos muito mais úteis do que os que por vezes levamos estupidamente a protestar com o árbitro.



Em termos defensivos, estamos conversados.

Mas no ataque as coisas não estiveram melhores. Enquanto que o Braga colocava sistematicamente 3 ou 4 jogadores na nossa área mais um ou dois livres para apanhar as segundas bolas, nós fazíamos cruzamentos com um único jogador na área, ou claramente em inferioridade numérica.


 E quando parecia que estávamos em boa posição para marcar, falhava sempre o cruzamento ou o último passe.



Perante tudo isto, não me venham dizer que perdemos em Braga porque o árbitro não marcou fora de jogo no primeiro golo ou que pode ter existido falta no segundo golo. O árbitro até pode ter errado, mas nós como equipa cometemos muito mais erros do que ele e apanhámos pela frente um Braga que foi eficaz a aproveitar os nossos erros.
Até ao 3-1 até transportamos bem a bola até ao último terço do terreno e discutimos taco a taco o jogo com o Braga, mas para além do golo de Kayembe e de um remate de Novais, lembram-se mais alguma boa ocasião de golo?
O que é que precisamos? Mais concentração defensiva, mais gente na área adversária.

Até parece que sou do Braga desde pequenino, mas não. Sou mesmo do Rio Ave e se fiz este post foi porque quero ver a equipa eliminar o Braga na Taça da Liga, eliminar o Braga na Taça de Portugal e chegarmos à liga europa via campeonato mesmo vencendo a taça. Sim, acredito que isso é tudo possível.

Se os conseguimos vencer na primeira volta em casa, mesmo jogando grande parte do jogo com menos um elemento, foi porque lutámos, foi porque nos unimos, foi porque no campo fomos mais competentes do que eles. Se assim não fosse, estariam todos a queixar-se que na altura a expulsão do Monte tinha sido exagerada e tinha sido essa a causa da nossa eventual derrota. Peguem o touro pelos cornos. Esqueçam o árbitro e concentrem-se em vencer os jogos durante os 90 minutos. Concentrem-se em corrigir os erros que dependem de nós. Eles são teoricamente melhores do que nós, mas dentro do campo só o serão se nós deixarmos. Não precisamos de golear, não precisamos de criar muitas oportunidades de golo. Só temos que estar mais concentrados a defender, atacarmos com mais convicção e ser matador nas oportunidades que surgirem.


10 comentários:

Miguel Dias disse...

Ok, tenho que admitir que na parte exclusivamente técnico-tática é uma boa análise. Mas insisto: se o Braga marcar um golo em fora de jogo seguido de um outro precedido por falta, e se em termos disciplinares houver dois pesos e duas medidas, essa análise volta a não servir para nada. O problema maior é que com este mesmo adversário tem sido sempre assim, parece-me que desde o famoso jogo da meia final da taça da liga com o tal penalti duvidoso continuamos a pagar a factura. Será que entretanto já ficou saldada? É o que vamos ver amanhã...

DS disse...

Esta análise parece muito correcta e útil.
De facto o problema do Rio Ave não é marcar Golos, é sim a quantidade exorbitante que sofre e com falhas claras.

Contudo frente ao Braga eu desconfio sempre.
As imagens por exemplo, são completamente incoerentes:
Numa das análises mostram e bem que ora não temos ninguém no ataque ora falta gente na defesa. Infelizmente as imagens são isso mesmo e por isso estão paradas, mas não é normal sofrer dos dois problemas.

Das duas uma, ou o Rio Ave "é bipolar" e ora ataca com muitos ora não ataca ninguém para defender, ou o Braga tem uma capacidade física que desmonta qualquer teoria.
Eu voto na segunda.

Já na época passada os nossos jogadores foram completamente atropelados por velocistas de vermelho (pobre do Abalo que foi o mais mal tratado). Neste jogo aconteceu o mesmo com o Rafa, com o Pedro, com o Rafa outra vez, basicamente com todos. Os laterais, o Luís Carlos, até o Alan e o Hassan parecem galgos. Muitos parabéns para os preparadores físicos de Braga porque estão a dar uma dimensão física à equipa capaz de dar vitórias.

Parece-me que o Rio Ave tem que ser mais inteligente, juntar linhas, anular esse ponto forte do Braga como fez no 1-0 em casa e deixar de se esticar no terreno, abrindo buracos por todo o lado onde qualquer jogador do Braga brilhantemente bem preparado fisicamente consegue fazer estragos.

Renato Sousa disse...

Miguel, o que me parece é que nesses jogos de há 2 épocas atrás, houve erros que nos favoreceram no jogo da taça da liga, depois fomos prejudicados para o campeonato para compensar e nas meias finais passamos justamente empatando fora e vencendo limpo em casa. Como nessa altura foi uma batalha de acusações para um lado e para o outro sobre arbitragens e nós tivemos sucesso, aplicou-se essa mesma táctica durante a época passada, com os resultados que se viram e agora vai-se pelo mesmo caminho.
Acontece que o Braga de há 2 épocas era bem mais fraco do que o desta época ou que o da época passada. Esses erros dos dois primeiros golos, nem sequer são unânimes, e muito menos grosseiros, que justifiquem tamanho alarido. Estamos a gastar energias na direcção errada. Seria muito mais produtivo olharmos para os inúmeros erros que cometemos nesse jogo e que vamos cometendo ao longo do tempo. Amanhã se o árbitro não errar e se perdermos (espero bem que não) cometendo os mesmos erros de domingo, quero ver a que é que se vão agarrar. A um saco cheio de nada.

Renato Sousa disse...

DS, um dos problemas é mesmo esse, falta gente no ataque, como falta gente na defesa.
Em grande parte dos lances, só se viam os defesas dentro da nossa área e só se viam atacantes na área adversária. Temos que atacar e defender como um bloco, isto não é como nos matrecos em que cada um só joga em determinada parte do campo.

s.oliveira disse...

verdade mas se formos a analisar os nossos jogos facilmente constatamos que os nossos erros defensivos e ofensivos têm aumentado de forma gritante.

na primeira parte do jogo em braga eu não me calava com a nossa inoperância ofensiva. o pessoal gosta muito de gabar o ukra e o keyembe mas a verdade é que quando estávamos em vantagem numérica, o jogo parava quase sempre nos seus pés. o ukra e o keyembe ou flectiam para o meio ou recuavam o que permitia que a equipa do braga recuperasse.

aliás, até preferia que os cruzamentos para a área fossem feitos pelos laterais, pois esses não perdiam tempo com a bola.

quando fizemos o 2-1 achei que era imperioso mexer no meio campo fazendo entrar o bressan, pois fiquei com a ideia que a dupla novais/krovi precisa do wakaso para melhor funcionar.

com o tarantini esses dois não rendem tanto por isso eu achar quando fizemos o 2-1 que o bressan devia entrar para o lugar ou do novais ou do krovinovic.

para este jogo o nosso banco também não ajudava. quem é que tínhamos além do rui vieira? os centrais vilas e monte, e o lateral lionn. depois tínhamos o bressan, o que não faz cerimónia quando é preciso rematar, o falha-falha do guedes e o estreante do jaiminho. para soluções ofensivas só tínhamos mesmo o bressan. para soluções ofensivas é que tínhamos de sobra mas para isso era necessário que os que estavam no onze marcassem golos para depois segurarmos o resultado.

s.oliveira disse...

já agora tens que fazer um post a questionar porque raio os nossos extremos afunilam o jogo em vez de o abrir o jogo como fazem os nossos adversários

Gil disse...

Renato, quando tiver uma medalha, dou-ta! Os clubes crescem com análises como a tua e não com discursos de coitadinho, sempre a procurar desviar atenção do que é essencial. Chapeau pra ti!

Renato Sousa disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Renato Sousa disse...

Obrigado Gil. Eu já há uns anos que analiso os erros dos árbitros tentando-me colocar na posição deles, e em grande parte dos casos há razões objectivas para errarem, ou porque estão mal colocados, ou porque estão a olhar para outro lado, ou porque têm alguém à frente, ou porque os jogadores os enganam, etc... Há erros grosseiros e continuará a haver, mas a grande parte dos erros têm justificação e qualquer um de nós cometeria na mesma situação.
Essa é uma doutrina que continuo a seguir mas que não tem angariado muitos adeptos, o que a mim pouco me importa. Prefiro ver um jogo de futebol partindo do princípio que o árbitro está a fazer o seu melhor (há uns mais competentes que outros, como em qualquer profissão), do que ir para o jogo já com a ideia que o árbitro nos vai gamar ou que os erros que ele faz são premeditados. Se um dia chegar a esse ponto, deixo de ir ao futebol.

Outra coisa é havendo erros dos árbitros, como continuará a haver independentemente de se fazer mais ou menos pressão num ou noutro sentido, usá-los sistematicamente como desculpa para os maus resultados, desresponsabilizando os próprios erros da equipa que como se viu no último jogo, foram em muito maior número do que os supostos erros do árbitro.
É mais uma luta que sei que é perdida à partida, mas continuarei a lutar por ela.
Se hoje formos eliminados, deve estar toda a gente a rezar para que o árbitro cometa algum erro contra nós para podermos usar como justificação.
Eu prefiro estar atento ao que nós vamos fazer e ver se cometemos menos erros que o adversário, que é o caminho mais curto para a vitória.
Se passarmos, espero que o árbitro erre contra nós, se formos eliminados, espero que o árbitro tenha uma exibição imaculada, para ver se finalmente se percebe que o problema não está só nos erros dos árbitros.

Gil disse...

Entendo-te perfeitamente, Renato. Não falo de arbitragens por isso mesmo. Mas é uma questão já cultural no nosso futebol e até no nosso país. É sempre mais fácil arranjar um culpado para os nossos erros do que assumi-los. E assim, infelizmente, continuamos presos à chico-espertice da nossa pequenez.