Numa entrevista de duas páginas de Borevkovic ao jornal OJOGO e com um título sensacionalista quando afirma "podemos terminar nos três primeiros", mas que depois ao lermos atentamente o resto da peça considera que "podemos terminar entre o terceiro e o quinto lugar", demonstra uma frontalidade que os jogadores Portugueses não costumam ter quando falam de equipas do patamar do Rio Ave. Está à vista de toda a gente que plantel deste ano tem qualidade individual a todos os níveis e que numa competição justa estaria precisamente a lutar pelos três primeiros lugares. E quando falo de competição justa, falo precisamente de tudo o que engloba o futebol Português, daí considerar ingénua a forma do Croata pensar. O futebol Português não é dado a intrusões, dificilmente aparecerão Leicesters ou coisa que o valha. Em Portugal existe um sistema que trata de rebaixar uma equipa que queira pôr a "cabeça de fora" e que se ponha a incomodar os ditos grandes. Em contrapartida, se um dos protegidos pelo sistema estiver numa fase má- sim porque as equipas de milhões também têm fases más- esse mesmo sistema encarrega-se de dar o empurrão necessário para que essas equipas voltem a trilhar o caminho do sucesso. Ora, se uma equipa de poucos milhões é empurrada para baixo em momentos cirúrgicos e uma de muitos recursos atirada para cima em momentos também cruciais, como poderemos nós pensar em "desafiar" Sporting, Benfica, Porto ou...Braga? A prova já foi dada nas parcas jornadas que já se disputaram.
Notas:
1) O Leicester Português chama-se Boavista, que mesmo assim gozava na altura de grande influência nos lugares de decisão, até porque na altura o presidente da LPFP era nada mais nada menos do que o Major Valentim Loureiro, ex-presidente do Boavista e pai do então presidente João Loureiro. No mínimo, se não foi beneficiado, pelo menos não deixou com o seu poder de influência que o clube axadrezado fosse prejudicado.
2) Podem achar estranho eu ter colocado o Braga no patamar dos três eucaliptos, mas não podemos esquecer que os arsenalistas e seu presidente encabeçam o movimento do G-14, tão só, o movimento que tenta enfrentar o poder instalado. Com a conivência de todos os outros, António Salvador tem o seu poder de influência nos meios decisores bastante alargado.
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