Sub-23: há muito ainda para ganhar

O Rio Ave não venceu, ao contrário do esperado, a 1ª edição da Liga Revelação. Fomos os melhores na fase regular, primeiros classificados "sem espinhas", mas no mini-campeonato final não. Logo de entrada desperdiçamos a margem de conforto que trazíamos da fase regular, com resultados comprometedores, tendo depois equilibrado a meio da prova. Entramos para as 3 últimas jornadas novamente como principais favoritos, mas desperdiçamos os dois "match-points" em casa, com Benfica e Estoril e entregamos o ouro ao bandido nas Aves já no tempo de compensação. Com tantas oportunidades para fazer história e a não aproveitar, torna-se justo, ainda que seja duro de aceitar, que o campeonato foi bem entregue à nossa besta negra.
Posto isto, dizer que foi um fracasso esta nossa participação é um disparate. Desde logo, estão anos de trabalho na formação nesta equipa de sub-23, sendo que a base é composta na sua maioria por atletas que vêm dos juniores, muitos até de escalões tão distantes como infantis e iniciados. Tiago André, Carlos Alves, Jaiminho, Vitó e até Zé Domingos têm à volta de uma década de Rio Ave. Se a nível competitivo ainda há uma taça Revelação por disputar, a maior vitória será a aposta em alguns destes valores na equipa principal. Se Jaiminho, por exemplo, tivesse tantas oportunidades como Gabrielzinho não atingiria no mínimo os mesmos patamares? Quem já viu Chérif entrar em campo com Jaiminho no banco tem todo o direito de duvidar na aposta da formação.

Palavra final para Pedro Cunha:era um homem visivelmente emocionado no final da partida frente ao Estoril. Embora chovessem críticas por parte dos adeptos pela forma como geriu o jogo, ninguém mais do que ele merecia este título. Estes atletas dos sub-23 se atingiram estes patamares de desenvolvimento deve-se em muito ao Pedro. Foi coordenador, foi treinador deles nos sub-19, na equipa B e agora nos sub-23. Força Pedro.