Fim de semana negro no que diz respeito ao futebol de formação, digo-o com muita mágoa, mas uma descida de divisão é algo a que já não estávamos habituados. Na verdade, temos vindo a melhorar as infraestruturas no centro de formação, mas ao mesmo tempo a piorar nos recursos humanos. Muita instabilidade na coordenação, trocando o coordenador de dois em dois anos, perdendo recursos técnicos para outros clubes e o resultado está à vista: todas as equipas da formação que estavam nos Nacionais lutaram para não descer(jogaram a fase de manutenção), caindo a fava da descida aos iniciados sub-15.
Longe vão os tempos em que se aproveitava o que de melhor havia nas nossas escolas e os atletas que vinham de fora traziam um enorme valor acrescentado. Nuno Santos, Hassan, Kiki Afonso, etc...eram valores que indubitavelmente acrescentavam valor à nossa formação e retorno financeiro mais à frente. Por outro lado mantínhamos os bons valores da nossa base( Nelson Monte, Jaiminho, Silvério e muitos outros) e no seu conjunto formavam equipas de qualidade e competitivas, lutando pelos maiores títulos nacionais, tanto nos juniores sub-19 como nos sub-23. Hoje em dia, chegados aos campeonatos nacionais, os nossos atletas são dispensados em contentores para a chegada de atletas de qualidade duvidosa e que nada acrescentam, como comprovam os últimos anos da nossa formação. Aliado ao défice de qualidade de quem chega, aos quadros técnicos cada vez menos capazes, a uma liderança técnica que não se percebe qual o fio condutor, leva ao estado a que a nossa formação atualmente se encontra. Não foi por falta de aviso, nem foi por falta de sinais visíveis do decréscimo de qualidade que as medidas não foram tomadas. Não é a meter a cabeça na areia que os problemas se resolvem. Uma mudança profunda na nossa formação é necessária.
Escolinhas: Servem para quê? |
PS: Entre a equipa de sub-19 que lutou quase até ao fim para não descer e a equipa de sub-23 que fez a prova que todos conhecemos, tem 17 jogadores estrangeiros e mais uns quantos provenientes de outros clubes. Dá para pensar, não dá?
PS2: Eu, pessoalmente, sou favorável à vinda de jogadores de outras paragens, nem que sejam 11 Chineses e 11 Japoneses, mas que acrescentem e garantam sustentabilidade ao clube. Se for para o estado atual da nossa formação, não obrigado, até porque, é muito dispendioso ter atletas de fora, tendo o clube que garantir alojamento, alimentação e estudos se for caso disso.
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