No seguimento do post que fiz aqui sobre o Hoffenheim deixo um extracto da entrevista que o jornalista Miguel Carvalho da Visão fez ao sociólogo João Nuno Coelho, autor de três livros sobre o futebol nacional.
"O futebol português é sustentável?
O problema não está nos orçamentos. No geral, mantêm-se. o mal está nas receitas. Há uma grande dependência das verbas das transmissões televisivas, que estão «congeladas». Mas também é preciso baixar o preço dos bilhetes, atrair jovens e crianças com bilhetes comparticipados junto das escolas, por exemplo. E, antes de tudo, se não houver uma ligação muito forte entre o adepto e o clube da terra, por razões de identidade local, a sustentabilidade do futebol nacional estará em risco..."
O problema não está nos orçamentos. No geral, mantêm-se. o mal está nas receitas. Há uma grande dependência das verbas das transmissões televisivas, que estão «congeladas». Mas também é preciso baixar o preço dos bilhetes, atrair jovens e crianças com bilhetes comparticipados junto das escolas, por exemplo. E, antes de tudo, se não houver uma ligação muito forte entre o adepto e o clube da terra, por razões de identidade local, a sustentabilidade do futebol nacional estará em risco..."
Baixar os preços do bilhetes e bilhetes comparticipados para jovens e crianças junto das escolas, ou seja: nada de borlas; e ligação entre adepto e clube da terra, numa palavra: bairrismo.
As propostas do senhor sociólogo sobre os bilhetes posso dizer que há que aqui são defendidas. Quanto ao bairrismo isso é trabalho que começa em casa, sejam os pais a incutir nos filhos ou os filhos a incutir nos pais.
3 comentários:
Exactamente, o que sempre defendemos aqui, parece que não somos os únicos, bilhetes baratos e abaixo as borlas. Quanto ao bairrismo, é uma questão de mentalidade, mas somos um país atrasado em tudo, não ia ser agora na questão do bairrismo que íamos estar no pelotão da frente. Enquanto houverem pessoas que ficam preocupadas no horário do jogo com o Nacional porque o Porto joga uma hora depois de começar o nosso...
Citando o Sociólogo João Nuno Coelho "E, antes de tudo, se não houver uma ligação muito forte entre o adepto e o clube da terra, por razões de identidade local, a sustentabilidade do futebol nacional estará em risco..."
Também partilho desta opinião, que por sinal à dias havia referido.
Se não houver um aproveitamento dos jovens que saem todos os anos da nossa formação, nunca existirá uma forte identificação das pessoas da terra (concelho de vila do conde) com o nosso clube. A presença do Rio Ave na liga Intercalar poderia ser um teste, com a aposta nos jovens.
O bairrismo é possível, mas primeiro há que começar por baixar os bilhetes e uniformizar as quotas. Por exemplo haver a quota base de 5 euros para todos os adultos (homens e mulheres) e cobrar uma quota suplementar conforme a zona que cada um pretenda frequentar. Quem é sócio correspondente ou social pagaria apenas a quota mensal (em vez dos 4 euros). Portanto, perde-se num lado e ganha-se noutro.
Se houver mais gente no estádio, haverá mais “ambiente” como aquele que já vivemos no Estádio da Avenida e o bairrismo local sobrepor-se-á ao bairrismo regional ou nacional.
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