Quem entra derrotado raramente sai vencedor

Se acham que tivemos azar com o sorteio então o que dizer da Naval? Não teriam eles mais hipóteses de chegarem à final se jogassem contra nós? A sorte trabalha-se e constrói-se, até para nos sair o euromilhões é preciso preencher o boletim e gastar dinheiro. É preciso fazer alguma coisa, se bem que actualmente pudemos fiar-nos na máquina e esperar que nos dê os números e as estrelas da sorte. O azar é fortuito, estar no sítio errado à hora errada pode ser considerado azar mas lá porque não gostamos daquilo que a fortuna nos reserva não significa que tenhamos que dizer que houve azar e nos resignemos a ele.

Aquando da saída do sorteio calhou-nos uma equipa que estava a dar cartas em quatro frentes e quando jogasse contra nós teria certamente as suas prioridades e esta Taça não seria uma delas. Quando finalmente chegou o dia do jogo da primeira mão recebemos uma equipa que já andava a levar porrada de toda a gente. E o que fizemos nós? Nada, continuamos resignados conformados com a má sorte e nem nos quisemos juntar ao grupo do "vamos bater no ceguinho".

Ou se está no futebol para ganhar ou não se está, ou se come a relva para fazermos nós a nossa sorte ou não vale a pena andar com discursos de grilo falante e castrar os sonhos que quem ainda os tem.

Se acreditarmos que o tudo o que demos nestes dois jogos foi o nosso melhor e o nosso máximo então andamos este tempo todo a enganar mais de meio mundo.

Muitas das vezes são os pequenos pormenores que fazem a diferença. Pequenos gestos que mostram confiança em nós, palavras que nos fazem acreditar que o sonho pode tornar-se realidade ou dar mais uns passos para agradecer quem ainda acredita em nós.

E aqui deixo uma palavra de apreço para o André Vilas Boas que percorreu mais uns metros para confraternizar com alguns dos poucos adeptos que foram ao Dragão.

Somos um pequeno Clube e cada adepto que se conquista é uma vitória e cada adepto que se afasta é quase sempre uma perda irrecuperável.