É preciso rioavismo para perpetuar memórias

 Ando há algum tempo para escrever sobre este assunto que me inquieta desde as festas Natalícias mas que fui adiando para ver se o clube e seus departamentos teriam feito algo para mostrar aos sócios sobre o assunto em questão.

Antes de ir ao assunto principal dizer que gostei bastante da forma encontrada para homenagear  e perpetuar a memória de alguém que trabalhou para o clube durante tantos anos e que transportou com profissionalismo, mas também clubismo, diversas equipas do nosso clube. Falo concretamente do Ná, recentemente falecido e que viu a sua memória ser eternizada no batismo do novo autocarro.

Sérgio China em segundo plano na foto

Infelizmente, nem só de coisas boas é feito o nosso clube(ou não só de coisas más?), tendo acontecido um episódio que é um grande embaraço e que não foi do conhecimento do público. Sérgio China, um craque que vestiu a nossa camisola nos idos anos 90, capitão,  admirado e até idolatrado pelos adolescentes e jovens da altura, com 163 jogos de caravela ao peito e 15 golos marcados em 5 épocas sempre na primeira divisão, veio a Vila do Conde recordar os seus velhos tempos na quadra Natalícia. Como não poderia deixar de ser, paragem obrigatória para China era no estádio do "seu" Rio Ave para recordar os bons velhos tempos. Tristemente foi-lhe negada a entrada sendo até demonstrado desconhecimento pela figura em si. É triste, é embaraçoso que quem nos dirige não tenha o mínimo conhecimento da nossa história, que não haja ninguém rioavista na estrutura profissional que reconheça os nossos "heróis" do passado. China sentiu-se um perfeito desconhecido numa casa que tanto lhe deu mas que também retribuiu. Um clube sem memória é um clube sem história.

Longe vão os tempos em que no estádio se encontrava um diretor e os funcionários de anos reconheciam quem por cá passou. Sou sincero, senti vergonha alheia quando tive conhecimento do caso.

Felizmente, chegou ao conhecimento de alguns dos poucos que seguram o rioavismo no clube e emendaram a mão, sendo endereçado posteriormente convite ao nosso "ídolo" para uma visita ao estádio minimizando desse modo todo o embaraço.

OBS: aonde se lê" 15 golos marcados em 5 épocas sempre na primeira divisão", corrijo pois a primeira época de Sérgio China coincidiu com a nossa subida de divisão e a conquista do campeonato da II Liga de Honra.